segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Ainda na EBA

"Vaso Boca de Verme" (ou "Fálico") - cerâmica queimada em baixa temperatura, alt.: 80cm, 1983. Esta é uma peça bem na fronteira entre as primeiras, com temas fantaisosos, e as que passei a fazer posteriormente, mais centradas na forma. Foi modelada na técnica dos roletes.

"Vaso-Placa"- cerâmica esmaltada em baixa temperatura, alt.: 25 cm, 1983. Aqui a preocupação é principalmente com a forma, mesmo que a textura aplicada assim como esmalte lembrem elementos "orgânicos".

"Vaso-Garrafa"- cerâmica colorida com engobe, alt.: 35 cm, 1984. Um dos meus primeiros vasos deste tipo, em versão esmaltada.

"Vaos-Garrafa com Tampa"- cerâmica de baixa temperatura, alt.: 48 cm, 1985. Neste trabalho começava a se evidenciar o meu interesse em agregar elementos gravados na superfície das peças, neste caso um suave rendilhado em forma de escamas. Há aqui também um toque de humor, que já existia um pouco nas peças anteriores, a partir da idéia do "utilitário- não-utilitário". Trabalho com este tema até hoje em várias das minhas peças.


"Vaso Boca Larga"- cerâmica esmaltada em baixa temperatura, 1984. Este é um exemplo da minha preocupação apenas com a forma e com a leveza da peça, tanto visual quanto real. As paredes deste vaso são muito delgadas, fruto de um aperfeiçoamento da técnica dos roletes, que pratico até hoje.



Aos poucos fui deixando de lado os temas literários e me voltando mais para as questões da forma pura. Descobri que o simples "vaso" poderei ser explorado de inúmeras maneiras, tanto do ponto de vista de sua forma quanto em relação à decoração.

Como a técnica dos roletes se presta muito para a modelagem de vasos, criei vários deles neste processo. No início eles eram grossos e pesadões, mas aos poucos fui apurando a técnica, tornando-os cada vez mais leves, até que suas paredes ficaram finas como casquinhas.



Também passei a pintar minhas peças com engobe, sob orientação inicial da minha professora de cerâmica da EBA, que vinha de uma tradição nordestina e não tinha a menor relação com a tradição da cerâmica oriental, que é a que mais se vê nas exposiçoes, lojas e galerias, principalmente no Rio e São Paulo. Isto, hoje vejo com clareza, foi muito bom para mim, pois me deixou mais à vontade para experimentar e bem mais próximo das minhas raízes brasileiras (logo que deixei de me preocupar com temas oriundos da literatura de FC).



Seguem alguns exemplos deste importante momento de transição.

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