domingo, 30 de novembro de 2008

Azulejos - 2004

Uma das atividades que desenvolvo, embora em menor escala, é a da restauração de obras de arte. Esta disciplina faz parte do currículo do curso de pintura da EBA/ UFRJ, onde pude aprender a teoria e as técnicas básicas para restauração de papel, pintura sobre tela e alguma coisa sobre restauração em madeira. De 1985 aos dias atuais, tive a oportunidade de trabalhar na restauração de bens móveis e imóveis, inclusive em murais de azulejos como os da igreja da Glória (RJ) e em revestimentos internos como os dos antigos laboratórios da Fundação Oswaldo Cruz, sendo que entre 1998 e 2000, sob a coordenação da minha esposa, Bete Grillo, que é restauradora, e juntamente com uma equipe de 5 outros técnicos, trabalhei na restauração dos azulejos das fachadas do Solar do Jambeiro em Niterói (RJ), prédio tombado pelo IPHAN e pela prefeitura.

Mas em 2004 recebi uma proposta para refazer um mural inteiro, criado por Burle Marx, que "desaparecera", na época da ditadura, da parede de um dos prédios pertencentes a fundação Oswaldo Cruz (RJ). Portanto, não se tratava de restaruração, mas da recriação, a partir de dados fotográficos, de uma obra muito importante. O mural de proporções monumentais deveria ser refeito nos mínimos detalhes, sendo cada fase de sua criação fiscalizada pelos arquitetos reponsáveis pelo patrimônio da referida instituição. O problema é que como pessoa física eu não poderia participar da concorrência, e a firma de engeharia para a qual trabalharia acabou não concorrendo por estar com pendências no imposto de renda. Por este motivo, não pude ter a oportunidade de recriar este mural (e, pelo visto, ninguém mais, pois até hoje, até onde pude perceber, o mural não foi realizado).

Só que a minha vontade pintar em azulejo havia sido despertada e, desta forma, resolvi fazer os meus próprios murais. Mas para coloca-los aonde, em que paredes? Foi assim que resolvi fazer pequenos "murais móveis", que são compostos por apenas 4 peças de azulejos de 15 X 15 cm, montados em lajota de piso de 30 X 30 cm. Desta forma eles funcionariam como quadros a serem pendurados em qualquer lugar onde pudessem ficar interessantes, inclusive ao ar livre.
E assim nasceram estes primeiros murais, onde aproveito a minha experiência como pintor, trabalhando temas diversos em azul "colonial", numa alusão aos tradicionais azulejos portugueses.

Seguem, então, as imagens dos pequenos painéis de azulejo, experiências plásticas com temas bem variados:

1-" Abstração" - esmalte sobre azulejo vidrado - 30 X 30 cm - 2004.
2- "Abstração II" - esmalte sobre azulejo vidrado - 30 X 30 cm - 2004.
3- "Composição com Vasos" - esmalte sobre azulejo vidrado - 30 X 30 cm - 2004.
4- "Árvore Marciana" - esmalte sobre azulejo vidrado - 30 X 30 cm - 2004.
5- "Cabeças" - esmalte sobre azulejo vidrado - 30 X 30 cm - 2004.
6- "Netuno" - esmalte sobre azulejo vidrado - 30 X 30 cm - 2004.
7- "Composição com Peixe e Frutas" - esmalte sobre azulejo vidrado - 30 X 30 cm - 2004.
8- "Sonho Tropical" - esmalte sobre azulejo vidrado - 30 X 30 cm - 2004.
9- "Noite Tropical" - esmalte sobre azulejo vidrado - 30 X 30 cm - 2004.
10 - "Flores na Sala" - esmalte sobre azulejo vidrado - 30 X 30 cm - 2004.
Considero este pequenos painéis como exercícios. Em breve espero ter aonde executar um mural de azulejos de grandes dimensões.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Novas Máscaras - 2006 - Finalização

Seguem agora as máscaras de cerâmica, feitas a partir dos procedimentos comentados na postagem anterior:














Como de cada forma posso fazer várias cópias, procuro em cada uma delas variar as cores, buscando resultados diferenciados. é isso que pode ser visto acima. A pintura foi realizada com engobe e a temperatura de queima foi de 1.000º C em forno elétrico.

Novas Máscaras - 2006

Em 2006 prestei mais uma vez o concurso para Professor Substituto na EBA/ UFRJ, sendo de novo aprovado para mais um contrato de dois anos. A grande diferença foi que desta vez não me candidatei para dar aula no Curso de Pintura e sim para uma disciplina da área de Escultura, a Modelagem.

Esta disciplina que atende aos alunos da Licenciatura em Artes, Indumetária, Cenografia e outros cursos, visa dar ao aluno, através de uma introdução teórica e muitos exercícios práticos, um conhecimento básico de como criar arte no contexto tridimensional, utilizando materiais como argila, concreto celular airado, isopor, arame e papier maché (ou empapelamento).

Dentre os exercícios com argila, existe um cujo tema é a "máscara" (sobre a qual são passadas informações preliminares diversas do ponto de vista histórico-cultural). Então o aluno escolhe o tipo de máscara que quer modelar em tamanho natural (ou próximo), a partir de uma pesquisa feita por ele mesmo em diversas fontes indicadas pelo professor, e a executa em alto-relevo sobre uma placa de madeira, seguindo sempre as orientações técnicas que lhe são passadas.
Finda a modelagem, dela são feitas duas formas de gesso, chamadas de "negativos" e destes serão feitos os "positivos", um em papel e o outro em cimento. A máscara de papel (papier maché ou empapelamento) poderá receber os mais diversos acabamentos em termos de cor e acessórios. Já a de cimento poderá ser colorida com pigmento durante o preenchimento da forma e receberá ao final apenas uma camada de verniz acrílico e de cera.

Para ilustrar a aula e facilitar aos alunos o entendimento do que deveria ser realizado, resolvi criar as minhas próprias máscaras através do processo relatado acima, finalizando-as em papel, cimento e cerâmica. Nasceu aí a minha nova série de máscaras que tiverem inicialmente uma função didática para a disciplina que eu estava ministrando pela primeira vez na EBA.

Postarei primeiro as máscaras que finalizei em papel e em cimento. Na segunda postagem virão as de cerâmica.

MÁSCARAS DE PAPEL


Deste conjunto, as seis primeiras máscaras são empapeladadas e somente a última é de papier maché. Elas podem cumprir apenas funções decorativas ou podem ser usadas como máscaras teatrais, dependendo do obejtivo determinado pelo autor.
MÁSCARAS DE CIMENTO




As máscaras de cimento são muito pesadas. Por isso receberam um gancho de arame trançado na parte de trás, que fica preso a malha metálica que é colocada quando o cimento ainda está fresco dentro da forma.