quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Um Pouco do Meu trabalho Como Professor da EBA/UFRJ

Farei uma pausa na exposição da minha "história ilustrada", aonde venho contando a vocês o desenvolvimento da minha carreira como artista plástico (neste blog como ceramista e no outro [http://ricardarte.blogspot.com] como pintor e xilogravador), para falar um pouco do meu trabalho como docente da Escola de Belas Artes da UFRJ. Na qualidade de Professor Substituto venho, desde 1995, trabalhando por períodos de 2 anos com intervalos de "férias" também de 2 anos (contratos com tempo fixado). Nestes períodos como professor trabalhei nas cadeiras de Teoria da Pintura, Pintura A, Pintura I, Pintura II, Pintura V e, ultimamente, no setor de Escultura, na disciplina de Modelagem.

Dar aula de arte é uma atividade muito satisfatória para mim, pois os desafios que os alunos trazem para o atelier obrigam-me sempre a estar preparado e a me aperfeiçoar, pois cada um deles tem seu próprio universo interior que deve ser respeitado. Desta forma, o conteúdo do programa tem que ser ensinado de maneira a funcionar como um estímulo à criatividade, caso contrário o ensino pode virar uma "camisa de força". Sendo assim, a partir do programa estipulado para cada disciplina, o aluno se coloca não só como quem está aprendendo, mas principalmente como um criador em busca de uma linguagem pessoal de expressão, lançando mão do que lhe é ensinado, de todo vasto repertório de informações sobre arte disponível atualmente e, sobretudo, do seu mundo particular, o qual é estimulado por mim a vasculhar.

Desta forma, eles assimilam as técnicas ensinadas, aplicando-as em criações próprias, de acordo com suas próprias afinidades e preferências. Assim, os trabalhos desenvolvidos são variados, sendo alguns muito criativos. Mas a minha maior satisfação é ver com que orgulho eles exibem suas peças, depois de terem empregado muito esforço, tempo e criatividade para desenvolverem-nas, chegando a um resultado positivo, pleno de qualidades plásticas e força expressiva.

A Modelagem, que como afirmei acima é uma disciplina do curso de Escultura, mas voltada para os alunos de Licenciatura em Artes Plásticas e também para os das Artes Cênicas, tem como objetivo desenvolver a capacidade de criar objetos artísticos tridimensionais em vários materiais: argila, papel (papier marché), arame, Concreto Celular Airado e Isopor. Cada exercício tem que partir de um projeto que servirá de guia na execução da obra, sendo as técnicas específicas na manipulação dos materiais e das ferramentas ensinadas por mim. Embora esta disciplina seja de caráter introdutório, ainda assim, devido às dificuldades naturais que cada material coloca aos alunos, o aprendizado se torna algo que fica marcado profundamente em suas vidas, de maneira que terminam o período com uma forte sensação de terem vencido desafios para os quais, na maioria das vezes, não se achavam preparados. É neste momento, ao perceber o sorriso em seus rostos por se darem conta do que criaram, que me sinto grandemente gratificado. Percebo, então, que minha própria experiência, ganha com tanto esforço através dos anos, serve não só a mim, mas também a outros possíveis futuros artistas. E desta forma, ensinando, eu também aprendo.

As imagens apresentadas a seguir foram feitas, em sua maioria, pela aluna Marize, e mostram seus colegas da turma da tarde em plena criação, além de etapas do seu próprio trabalho nos vários materiais especificados acima. Portanto, é apenas uma pequena amostra, já que tenho outra turma na parte da manhã cujos trabalhos não estão apresentados aqui em grande número. Podem ser vistas algumas máscaras (modeladas em argila, formas de gesso [e seu preparo] e positivos em papier maché e cimento), esculturas em “pedra” (Concreto Celular Airado), em isopor e arame, numa pequena amostragem do que foi feito neste primeiro período do ano. Por fim, como não lembro o nome de todos os que aparecem nas fotos, peço desculpas por não nomea-los, mas seria injusto dar o nome de alguns e de outros não. No fim das contas estão todos de parabéns pelo trabalho realizado.








































Na penúltima foto à direita, estou fazendo a avaliação final dos trabalhos da Marize tendo ao seu lado meu eficientíssimo auxiliar técnico, o Jurandir. Acredito que todas estas fotos falem bastante do quanto aprecio poder trabalhar como professor numa escola de arte como a EBA. Um dia, quem sabe, me efetivarei por lá.